sexta-feira, 6 de novembro de 2009

149, OS DOCUMENTOS DE IDENTIDADE II

ESPÓLIO FOTOGRÁFICO

Não menos importante que os outros Documentos de Identidade do Esq. Cav.ª 149, já nomeados atrás, é o Espólio Fotográfico, produzido, constituido e preservado pelo 2º. Sargento de Cav.ª Avelino José Leitão, Sargento de Transmissões, conhecido internamente como Sargento Leitão.


Amante da fotografia, tal como um Soldado nunca abandonava a sua arma, também o Leitão nunca dispensava a companhia da sua "Rolleiflex" profissional. Igualmente trazia sempre consigo os materiais indispensáveis à instalação do seu precário estúdio de revelação fotográfica. À sua especialidade de TRANSMISSÕES E CRIPTO que comandava com um jeito e capacidade invulgar, juntou a fotografia cujo gosto o levara a tirar um curso militar sobre técnica e arte fotográfica. Durante toda a Comissão de Serviço do Esq., o Leitão tirou milhares de fotografias que retratam a vida da Unidade, das operações, da guerra, dos locais, dos feridos, dos mortos e dos vivos, sobreviventes.
Conta o Cap. Abrantes que, muitas vezes, o Leitão lhe pediu para se juntar às Tropas de abalada para operações afim de poder satisfazer o seu íntimo forte impulso para reporter de guerra fotográfico. Graças a esta disposição arrojada de enfrentar o perigo para captar o instante presente e o transmitir ao futuro, temos hoje um valioso Espólio Fotográfico que iremos mostrando neste local; Memória 149.

Mas nem só pela fotografia, além da actividade na sua especialidade militar que desempenhou exemplarmente, se ficou o nosso Sargento Leitão. E tal como foi "fotógrafo oficial" metódico e organizado, igualmente compilou, organizou e produziu um caderno, tipo livro, com todas as Ordens de Serviço emitidas sobre o Esq. relacionadas com:
.Condecorações
.Louvores
.Punições
.Mortos
.Louvores Comuns e Exortações


Um Homem irrepreensível, quase militar perfeito, e um grande elemento do Esquadrão. Contributo valioso na construção da boa imagem e assumpção pelos Soldados, do sentimento geral de que pertenciam a uma Unidade diferente, militar, moral e comportamentalmente para melhor.
O seu trabalho e qualidades foram imediatamente reconhecidos pelo Comandante Cap. Abrantes que, apenas um mês após o desembarque em Luanda, lhe atribuiu um elogioso e merecido Louvor.



No livro "O Esquadrão 149 - A Guerra e os Dias", José Neves no poema "Placa" acerca da placa sinalética "NAMBUANGONGO" encontrada caída à entrada dessa povoação e apanhada do chão pelo Alferes Ruben eccreveu:

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"E, talvez pensando no futuro destes eventos
o Alferes Ruben, levantou a placa do solo
com desvê-lo e pô-la ao colo
quando passava o Sargento de transmissões(que mal havia)
com a máquina e registou, felizmente, em fotografia
aquele instante, e a placa que guadámos no nosso imaginário.
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